segunda-feira, 6 de abril de 2009

Publicidade: Técnica ou Dom?


Na semana passada, uma observação discente provocou um certo furor na minha turma da faculdade. Estávamos falando sobre alguns elementos que compõem o layout de uma peça (título, subtítulo, assinatura etc.), quando alguém no fundo da sala bradou: " - Isso tudo é bobagem.". O ambiente calou-se. Todos esperavam o complemento ou a explicação de tal afirmação. E o aluno emendou: " - Os grandes nomes da publicidade não chegaram a fazer uma faculdade.". Pois bem. Indignei-me. Não que eu considere que a idéia defendida pelo rapaz não tenha sentido, mas não consegui conceber que aquela frase havia sido proferida por um aluno de um curso superior de comunicação. Era, no mínimo, contraditório. Mas, pus-me a pensar a respeito. Pensei, pensei e cheguei a uma daquelas conclusões que ficam guardadinhas na nossa memória, ansiosas por um argumento externo que as excite novamente. Ok, considero que muitos atuam bem em suas profissões sem que tenham passado pelo mundo acadêmico para isso. Não os desabono, afinal de contas fui autodidata em diversos assuntos durante a minha vida. O dom para desempenhar uma determinada função é essencial em qualquer atividade, mas não é melhor que aliemos nossas aptidões naturais às experiências acumuladas de outras pessoas? Qualquer pessoa é capaz de criar. Mas não basta só isso, é preciso saber para qual canto o receptor vai olhar primeiro, ser capaz de associar as cores que você vai usar com o produto ou idéia anunciada, premeditando a sensação que cada uma delas irá causar mediante o contato visual etc. Vale a pena sim, especializar-se no que se faz, conhecer todas as nuances, as possibilidades e as opiniões de quem já passou por erros e não quer que você os repita. Para isso servem as aulas, os livros e todo o mundo com que se tem contato em uma universidade. E a máxima continua e estará sempre valendo: "conhecimento NUNCA é demais".

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sticky & Sweet

Ainda não consegui digerir muito bem o que aconteceu comigo no último 14 de dezembro. Me lembro de chegar ao Maracanã, dar risadas com algumas pessoas que conheci e, de repente, eu estava lá, olhando para ela. Daí por diante, fiquei hipnotizado. Meus olhos acompanhavam cada movimento de Madonna e eu cantava, de forma cada vez mais enérgica, as estrofes proferidas pela deusa pop. De acordo com as informações que recebi, o show durou algo em torno de duas horas, mas eu sou capaz de jurar que não foram mais de quinze minutos. Quando ouvi os primeiros acordes de "Give It 2 Me", entrei em pânico, não queria que acabasse, estava disposto a ficar naquele transe para sempre. Ah, teve a chuva. Eu sei que choveu, e muito, porque as minhas roupas e das pessoas ao meu redor estavam encharcadas. Mero detalhe. Na minha cabeça, um turbilhão de imagens tentava reconstruir passo-a-passo todo o espetáculo enquanto o meu corpo seguia automaticamente o fluxo para deixar o estádio. Definitivamente, foi uma noite incrível, Something to Remember. E pensar que eu cheguei a cogitar a hipótese de desistir de tudo isso por conta dos aborrecimentos gentilmente fornecidos pela empresa organizadora, mas no final o que ficou foi aquela coisa do "quero mais, muito mais". Só me arrependo de não haver me programado para umas férias e comprado ingressos para todos os shows. Isso e só isso eu lamento.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Latinhas Brahma

Caramba! Três meses sem nenhuma postagem...tsc, tsc...que pessoa irresponsável! Não, não é nada disso. Monografia e projetos de conclusão de curso tomam muito o tempo da gente, mas até que, no fim das contas, isso tudo pode ser bem divertido.
Bom, deixemos o blá, blá, blá de lado e falemos de coisas realmente interessantes. O caso da vez é que eu tô amarradão na coleção de latas clássicas comemorativas dos 120 anos da cerveja Brahma (fico curioso pra saber se a gente exporta pra Índia). Essas coleções, quando bem pensadas, dão supercerto como ferramenta de promoção de vendas. Sei lá, tem uma atmosfera meio 'cult'. No entanto, ultimamente esses itens colecionáveis não vinham me chamando grande atenção - ai que saudades das garrafinhas de Coca-Cola com rótulos em 600.458.235.236 línguas diferentes, aquelas que sua mãe dizia que você não podia tomar porque o conteúdo era venenoso - tudo ultimamente anda meio monótono, meio sem graça. Pra que diabos eu vou juntar um monte de anéis de tampinhas pra colecionar peças horrendas que servem para eu enrolar o fio do meu MP3 (JURA?!?!?!?!?! Que coisa, não?) e tudo bem que pular corda é muito legal, mas não chega nem perto das garrafinhas " - Eu já tenho a da Rússia, dos EUA, do Japão e até da @#%$¨%&, mas tô atrás da Chinesa", ou das latas brahmeiras...são interessantes, são bonitas, realmente colecionáveis. Eu sei que quero as minhas e deixo aqui as minhas congratulações àqueles que puseram a idéia na rua. Muito bom mesmo!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Assim Surge o MKT Negativo

No último final de semana, estive em um shopping do Rio de Janeiro e, pelo menos três situações que presenciei por conta deste inocente passeio, merecem ser comentadas.
A minha primeira visita foi a uma conhecida loja de departamentos e, ao entrar, dirigi-me ao balcão de telefones celulares. Interessei-me por um dos modelos que viria bloqueado para uso com a minha operadora mas, já que, de acordo com a nova lei da Anatel que regulamenta a telefonia móvel do Brasil, o desbloqueio dos aparelhos é obrigatório, imediato e gratuito por parte das operadoras. Não me importei, eu compro e hoje mesmo desbloqueio, pensei. Pois é, estava fechando a compra quando fui alertado pela vendedora que o aparelho somente poderia ser desbloqueado após um ano.
Espantei-me e indaguei:
- Mas isso não é contra a lei?

Espantei-me ainda mais com a resposta:
- É, mas essa operadora não cumpre essa lei.

Obviamente, desisti da compra do aparelho. Na mesma loja, escolhi duas camisetas e dirigi-me ao caixa. Percebi um totem com um botão na parte superior. Na sua lateral havia algo que dizia mais ou menos assim:
“Nosso objetivo é servi-lo sempre melhor. Se houver algum caixa inoperante e mais que cinco pessoas nas filas, aperte o botão.”.

Adorei aquilo e, prontamente apertei o botão já que em cada ilha de quatro caixas, apenas uma funcionava e havia muito mais que cinco pessoas em cada fila. Uma voz anunciou aos colaboradores que deveria ser dado atendimento prioritário aos caixas. Agora era só esperar. Então, esperei...esperei...esperei até que a única caixa em funcionamento naquela ilha terminasse de atender a todos na minha frente...vinte minutos depois. Que frustração! Antes não existisse o tal totem.

Deixei a loja e, como ainda queria o celular, dirigi-me à loja de uma operadora logo em frente. Escolhi o celular na vitrine e questionei à atendente sobre o desbloqueio. Esta, com uma expressão nada amigável, informou que o mesmo era feito na hora e gratuitamente. Fiquei feliz com a informação e pedi para ver o modelo de aparelho pelo qual eu havia me interessado. Mais uma vez, fiquei pasmo com a resposta: “- Senhor, os aparelhos só podem ser vistos através da vitrine. Não há como ver na mão.”. Hã...como assim???? Pois bem, virei as costas, comprei na loja ao lado, que era pequena, mas com um ótimo atendimento e depois efetuei o desbloqueio, como havia planejado. No entanto, eu já estava estressado e completamente seguro de que desbloquear o meu novo aparelho era uma decisão acertada. Se a operadora me trata assim na hora em que tento comprar meu celular, imagine quando eu precisar dela.

Questões:
- Por quê algumas empresas investem milhões em propaganda, ações promocionais e tecnologia e deixam tanto a desejar na hora do fechamento da venda?
- A falta de preparo dos colaboradores que atuam na ponta do processo é uma falha de Marketing ou de RH?

Agora, o melhor. Ao chegar em casa, descobri que uma das etiquetas eletrônicas das camisetas que eu comprara não havia sido retirada. Eu não podia ir à loja pois iria parecer que eu havia furtado a camiseta e estava dando uma de João-sem-braço. Removi a etiqueta eletrônica em casa mesmo, com a ajuda de uma tesoura de jardim, um ímã, uma chave de fenda e um (ufa!) martelo. Infelizmente, acabei furando a camiseta. Ou seja, depois de todo o ocorrido, por conta da má preparação dos colaboradores de loja, ainda fiquei no prejuízo.
Se eu volto lá????? Nunca mais, eu espero...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bocadoor

É curioso transitar em meio às ruas dos centros comerciais do subúrbio carioca. Parece que, em uma espécie de surto coletivo, os comerciantes voltaram no tempo e acreditam piamente que propaganda e barulho são sinônimos. Em uma atmosfera que muito me lembra as feiras livres que eu, ainda criança, visitava aos domingos com meu pai, dúzias de vozes se confundem ao disputar os ouvidos daqueles que, inocentes, transitam nas proximidades. A grade comercial é programação para o dia inteiro, mas o “horário nobre” é por volta do meio-dia, disputado a tapas, ou melhor, berros pelos restaurantes, lanchonetes e biroscas locais:

- ALMOÇO!!!!!!!
- SERVE SERVE (self service não sai de jeito nenhum!) SEM BALANÇA!!!!!
- ALMOÇO 1 REAL!!!!!

e por aí vai...

A disputa é acirrada e é feita no gogó mesmo. Sim, eu sei, são pequenos comerciantes, mas eu preferia os graciosos e silenciosos cartazes ou até mesmo os clássicos homens-sanduíche, alternativas para quem não quer investir em propaganda criada por mão-de-obra (acho que um termo mais adequado seria cabeça-pensante) qualificada. E olha que nem é tão caro assim. Grandiosas e criativas soluções são vistas diariamente no mundo da propaganda exatamente como resultado falta de verba dos anunciantes. Se a coisa continuar assim, passar em frente à uma churrascaria rodízio próximo ao horário de almoço poderá oferecer o risco de ser literalmente laçado por um caubói escandaloso.