quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bocadoor

É curioso transitar em meio às ruas dos centros comerciais do subúrbio carioca. Parece que, em uma espécie de surto coletivo, os comerciantes voltaram no tempo e acreditam piamente que propaganda e barulho são sinônimos. Em uma atmosfera que muito me lembra as feiras livres que eu, ainda criança, visitava aos domingos com meu pai, dúzias de vozes se confundem ao disputar os ouvidos daqueles que, inocentes, transitam nas proximidades. A grade comercial é programação para o dia inteiro, mas o “horário nobre” é por volta do meio-dia, disputado a tapas, ou melhor, berros pelos restaurantes, lanchonetes e biroscas locais:

- ALMOÇO!!!!!!!
- SERVE SERVE (self service não sai de jeito nenhum!) SEM BALANÇA!!!!!
- ALMOÇO 1 REAL!!!!!

e por aí vai...

A disputa é acirrada e é feita no gogó mesmo. Sim, eu sei, são pequenos comerciantes, mas eu preferia os graciosos e silenciosos cartazes ou até mesmo os clássicos homens-sanduíche, alternativas para quem não quer investir em propaganda criada por mão-de-obra (acho que um termo mais adequado seria cabeça-pensante) qualificada. E olha que nem é tão caro assim. Grandiosas e criativas soluções são vistas diariamente no mundo da propaganda exatamente como resultado falta de verba dos anunciantes. Se a coisa continuar assim, passar em frente à uma churrascaria rodízio próximo ao horário de almoço poderá oferecer o risco de ser literalmente laçado por um caubói escandaloso.

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