segunda-feira, 6 de abril de 2009

Publicidade: Técnica ou Dom?


Na semana passada, uma observação discente provocou um certo furor na minha turma da faculdade. Estávamos falando sobre alguns elementos que compõem o layout de uma peça (título, subtítulo, assinatura etc.), quando alguém no fundo da sala bradou: " - Isso tudo é bobagem.". O ambiente calou-se. Todos esperavam o complemento ou a explicação de tal afirmação. E o aluno emendou: " - Os grandes nomes da publicidade não chegaram a fazer uma faculdade.". Pois bem. Indignei-me. Não que eu considere que a idéia defendida pelo rapaz não tenha sentido, mas não consegui conceber que aquela frase havia sido proferida por um aluno de um curso superior de comunicação. Era, no mínimo, contraditório. Mas, pus-me a pensar a respeito. Pensei, pensei e cheguei a uma daquelas conclusões que ficam guardadinhas na nossa memória, ansiosas por um argumento externo que as excite novamente. Ok, considero que muitos atuam bem em suas profissões sem que tenham passado pelo mundo acadêmico para isso. Não os desabono, afinal de contas fui autodidata em diversos assuntos durante a minha vida. O dom para desempenhar uma determinada função é essencial em qualquer atividade, mas não é melhor que aliemos nossas aptidões naturais às experiências acumuladas de outras pessoas? Qualquer pessoa é capaz de criar. Mas não basta só isso, é preciso saber para qual canto o receptor vai olhar primeiro, ser capaz de associar as cores que você vai usar com o produto ou idéia anunciada, premeditando a sensação que cada uma delas irá causar mediante o contato visual etc. Vale a pena sim, especializar-se no que se faz, conhecer todas as nuances, as possibilidades e as opiniões de quem já passou por erros e não quer que você os repita. Para isso servem as aulas, os livros e todo o mundo com que se tem contato em uma universidade. E a máxima continua e estará sempre valendo: "conhecimento NUNCA é demais".